"Imagina se é o contrário?", questiona o deputado ao relatar o ocorrido; vídeo do momento circula nas redes sociais
Um episódio polêmico marcou a noite de quarta-feira (6) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. Durante uma sessão tumultuada provocada pela obstrução de parlamentares da oposição, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos nomes mais influentes da nova direita brasileira e conhecido por sua fé cristã, afirmou ter sido agredido fisicamente pela deputada Camila Jara (PT-MS).
O episódio aconteceu por volta das 20h30, quando a Polícia Legislativa foi acionada para retirar os deputados que bloqueavam fisicamente o início da sessão. Houve grande confusão próxima à mesa diretora da Câmara, com empurrões e gritos, chamando a atenção de todo o país.
Nas redes sociais, Nikolas publicou um vídeo com o registro do momento em que teria sido agredido, acompanhado de uma forte declaração:
“Modo da esquerda agir: te agride quando ninguém tá vendo. Bom que eles provam que estou certo”.
O vídeo mostra o parlamentar evangélico atrás da cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), perdendo o equilíbrio e caindo, aparentemente após ser empurrado por Camila Jara. Segundo Nikolas, o ato foi intencional e representa uma forma covarde de agir.
“Imagina se é o contrário?”, questionou o deputado, chamando atenção para o duplo padrão de tratamento nas denúncias de violência política.
Deputada nega agressão
Em nota enviada à imprensa, Camila Jara negou as acusações, apesar das imagens sugerirem o contrário. “Seria impossível tal ato, pois tenho apenas 1,60m de altura, 49 quilos e estou em tratamento contra um câncer”, declarou ao jornal O Globo. A parlamentar também afirmou que está sendo alvo de uma suposta “campanha de perseguição nas redes sociais”.
Até a manhã desta quinta-feira (7), Jara ainda não havia se manifestado em suas redes sociais sobre o caso, mantendo o silêncio mesmo após a grande repercussão.
Clima de tensão no Congresso
O tumulto faz parte de uma sessão que começou com atraso, devido ao bloqueio promovido por parlamentares da oposição em protesto contra a condução de pautas consideradas prejudiciais ao país. A desobstrução pela Polícia Legislativa gerou empurra-empurra e discussões acaloradas.
O episódio também evidenciou divisões dentro do próprio campo da direita. O deputado Kim Kataguiri (SP) foi duramente criticado por sua ausência no protesto e por aparecer em imagens ao lado de parlamentares petistas. O vereador paulistano Fernando Holiday usou as redes para repreendê-lo:
“Enquanto os deputados da direita ocupavam a Mesa Diretora, o deputado Kim Kataguiri estava ao fundo rindo com seus aliados petistas. Quando esses covardes do MBL vierem pedir votos ano que vem, lembrem-se dessa imagem. Lembrem-se desse dia!”
O caso segue gerando repercussão nacional, levantando debates sobre violência política, liberdade de expressão e o tratamento desigual entre parlamentares de espectros ideológicos distintos.