O pastor Rodrigo Mocellin, líder da Igreja Resgatar em Guaratinguetá (SP), e youtuber com mais de 650 mil seguidores, comentou recentemente sobre a inclusão do pastor Silas Malafaia em um inquérito da Polícia Federal que investiga uma possível “tentativa de golpe”. Em vídeo no YouTube, Mocellin destacou a postura firme de Malafaia diante da situação.
“A posição do Malafaia é muito correta. Eu acho ele tão errado na teologia, mas é impressionante como vários pastores que eu considero que estão tão certos teologicamente, estão tão errados politicamente. Devem aprender com Malafaia”, afirmou Mocellin, elogiando a coragem do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Reação de Malafaia
O pastor também comentou sobre a repercussão da inclusão de Malafaia no inquérito, que foi inicialmente noticiada pela mídia. Mocellin ressaltou a reação de Malafaia: “O Malafaia foi colocado nesse inquérito, recebeu a notícia, nem foi pela justiça, foi pela Globo News, ele diz ‘bem estranho isso’, não? E o que ele faz aqui? Ele fala ‘não tenho medo’. E aí ele fala, ‘ditador’ – o Moraes – ‘tem que ser impedido, preso’. Que coisa, não? Ele não é frouxo. Você pode falar o que você quiser dele. Frouxo esse cara não é.”
Crítica a líderes evangélicos
Em sua fala, Mocellin criticou pastores que, na sua visão, evitam se envolver em questões políticas, especialmente em tempos de crise. “O quanto tem de pastor certinho que é frouxo. Teologicamente eu acho que ele [Malafaia] é tão errado, tão errado. Mas tão macho, né? Ô meu Deus, quem dera a gente tivesse uns pastores certinhos, mas bravos, mais corajosos. É isso que a gente precisa, porque ao longo, ao longo das últimas décadas, o que os cristãos fizeram? Arregaram. Mas, é óbvio, de maneira piedosa”, disse ele, defendendo uma postura mais corajosa e assertiva dos líderes religiosos.
Ele também criticou a postura de líderes que preferem se omitir, utilizando uma justificativa religiosa: “‘Não nos envolvemos com política’. Ah, então entregamos aos lobos? Foi isso que a gente fez. Outra maneira piedosa de não confrontar, como os profetas confrontaram os líderes, os governantes e os juízes da época. Uma maneira de fugir dessa função profética do pastor, da igreja, dos cristãos; uma maneira piedosa, dizendo, ‘nós temos que amar e dar a outra face’. E pregaram uma espécie aí de pacifismo. Tudo em nome do amor. ‘Vamos deixar. Vamos engolindo tudo’”.
Comparação histórica
Mocellin também recorreu a um exemplo histórico para justificar sua defesa de uma postura mais firme, citando o Acordo de Munique, assinado em setembro de 1938 entre Neville Chamberlain, então primeiro-ministro britânico, e Adolf Hitler.
“Deixe-me lembrá-los de que não se pode arregar para ditadores. Você se lembra do acordo de Munique? […] Setembro de 1938. Chamberlain, primeiro-ministro da Inglaterra, volta da Alemanha com um pedaço de papel – assinado por Hitler – que traria paz para o nosso tempo. Foi isso que ele disse. ‘Fizemos a paz com Hitler’. Isso ficou conhecido como o famigerado Acordo de Munique”, explicou Mocellin.
Ele prosseguiu, lembrando a postura de Winston Churchill: “A Inglaterra, por meio desse frouxo, se submeteu às exigências de um cafajeste, do Adolf Hitler. A Alemanha nazista, sob Adolf Hitler, exigia a anexação da região dos Sudetos, parte da Tchecoslováquia, habitada por muitos de origem alemã, para evitar a guerra. Em nome da paz. Líderes europeus foram lá e se submeteram a um canalha. Fizeram acordo com um bandido. Então, em setembro de 1938, o Chamberlain acertou o acordo. O que o Churchill – que viria a ser primeiro-ministro da Inglaterra – disse? Entre a desonra e a guerra, vocês escolheram a desonra. Por isso terão a guerra.”
Mocellin concluiu, comparando o momento político atual com o contexto histórico: “Ou seja, entre a desonra de aceitar as exigências de um cafajeste e a guerra, vocês escolheram a desonra. Vocês foram frouxos. […] Vocês foram humilhados e, pior, ainda vão ter a guerra. E, de fato, as profecias de Churchill se cumpriram. Menos de um ano depois, em março de 1939, Hitler invadiu a Tchecoslováquia. Em 1º de setembro, ele invadiu a Polônia e pronto. Começou a Segunda Guerra Mundial”.
Elogio a Malafaia
Para finalizar, Mocellin reforçou o elogio a Malafaia: “O Silas Malafaia deu um bom exemplo ao não arregar. Que Deus levante mais gente assim”, declarou, destacando a coragem do líder evangélico diante dos desafios políticos atuais.