Gilberto Gil notifica padre por declarações sobre orixás e morte de Preta Gil

 Gilberto Gil e sua esposa, Flora Gil, tomaram medidas legais contra o padre Danilo César e a Diocese de Campina Grande (PB) após declarações feitas por ele durante uma missa transmitida online em julho. O episódio gerou grande repercussão nas redes sociais, especialmente por conta de uma fala do padre sobre o falecimento de Preta Gil, filha do cantor.


Durante o sermão, o sacerdote questionou: “Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”. As imagens do momento viralizaram rapidamente, antes de serem removidas, gerando críticas por sua associação com religiões de matriz africana. Em resposta à repercussão, o perfil digital do padre foi desativado.

Ação judicial e alegação de intolerância religiosa

Em resposta às falas do padre, Gilberto e Flora Gil enviaram uma notificação extrajudicial, alegando que as declarações foram “discriminatórias e preconceituosas”, configurando possível crime de intolerância religiosa, conforme a Lei nº 9.459/1997. A medida foi tomada não apenas por conta do conteúdo das palavras, mas também devido ao fato de que o comentário foi feito em um momento de grande sofrimento para a família, considerando que Preta Gil faleceu em 20 de julho, aos 50 anos, após complicações decorrentes de um câncer colorretal, durante seu tratamento nos Estados Unidos.

A notificação extrajudicial também destaca que a fala do padre desrespeitou o período de luto da família, agravando ainda mais a situação. A medida judicial levanta questões sobre a liberdade religiosa e os limites do discurso religioso em momentos sensíveis, como o luto de uma figura pública.

Reivindicações do casal Gil

Na notificação, Gilberto e Flora Gil solicitam as seguintes providências:

  • Abertura de investigação pela Diocese de Campina Grande;
  • Retratação pública do padre, em uma missa transmitida ao vivo;
  • Adoção de medidas disciplinares canônicas contra o padre.

A Diocese tem um prazo de 10 dias para responder à notificação, sob risco de enfrentar ações cíveis e criminais, caso as reivindicações não sejam atendidas.

Contexto sobre Preta Gil e o aumento da intolerância religiosa

Preta Gil, além de ser uma importante figura da música brasileira, também se destacou por sua atuação em causas sociais e por sua identidade religiosa vinculada às tradições afro-brasileiras. A sua morte, que comoveu muitos, se tornou um ponto de reflexão sobre os limites do respeito à diversidade religiosa, especialmente em um país onde a intolerância religiosa tem se mostrado crescente.

De acordo com o Disque 100, houve um aumento de 27% nos casos de intolerância religiosa em 2024, com 876 registros envolvendo adeptos de religiões de matriz africana, o que evidencia a necessidade de uma maior conscientização sobre o respeito às diferentes crenças no Brasil.

Este caso, portanto, entra no debate mais amplo sobre intolerância religiosa e os desafios enfrentados por indivíduos e comunidades que professam religiões afro-brasileiras, que frequentemente são alvo de preconceito e discriminação.

A medida judicial tomada por Gilberto e Flora Gil busca garantir que a intolerância religiosa não seja apenas combatida, mas também responsabilizada, dando visibilidade à importância do respeito às crenças e práticas religiosas no Brasil.

Com: Exibir Gospel

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