Pesquisa comprova que engajamento com a fé melhora indicadores de saúde física e emocional — especialmente entre idosos e pacientes com doenças crônicas. Especialistas brasileiros reforçam: “Corpo, alma e espírito são inseparáveis”.
A ciência está, mais uma vez, confirmando o que muitos já sabem pela fé: cuidar da vida espiritual é também cuidar do corpo. Um estudo publicado na renomada revista científica PLOS One, resultado de seis anos de acompanhamento com mais de 3 mil pessoas nos Estados Unidos, revelou que o envolvimento religioso ou espiritual ativo está associado a melhores indicadores de saúde física — com efeitos especialmente positivos entre os idosos.
Os pesquisadores observaram que os benefícios da fé antecedem os bons resultados clínicos, sugerindo que a espiritualidade atua como um verdadeiro fator de proteção para o corpo e a mente. A descoberta tem sido reforçada por especialistas em saúde e líderes religiosos ao redor do mundo.
A fé que transforma também cura
A psicoterapeuta e escritora Débora Fonseca destacou como a vida espiritual influencia diretamente o bem-estar físico:
“Você já deve ter ouvido que pessoas que não perdoam ficam amargas, ressentidas, e isso afeta órgãos do corpo. [...] Quando temos um cuidado com a nossa vida espiritual, que nos estimula, por exemplo, a perdoar, a gente também contribui para que o nosso corpo e a nossa mente estejam sendo cuidados”.
Ela lembra que corpo, alma e espírito são interligados, e que os ensinos bíblicos também nos direcionam para esse equilíbrio.
“Quando lemos em Hebreus que estamos numa corrida, isso estimula a abandonar os pesos — que podem ser pecados, ausência de perdão ou dificuldade no autocuidado”.
Débora conclui apontando que questões como traumas não tratados, má alimentação, falta de sono e autoestima fragilizada também influenciam diretamente a saúde física — e que a fé pode ser uma aliada poderosa nesse processo de restauração.
O apoio espiritual fortalece nas crises
O pastor Luiz Gustavo Marques Lança, da Igreja Batista da Redenção (Vitória/ES), também ressaltou o impacto positivo da fé nos tratamentos médicos e no enfrentamento de situações difíceis:
“Existem milhares de artigos publicados no mundo acadêmico que mostram a veracidade deste fato: o engajamento da fé numa igreja com prática honesta e fiel mostra que a pessoa se recupera mais rápido em hospitais e enfrenta melhor crises de saúde e familiares”.
Ele compartilhou ainda um testemunho comovente:
“Um dos membros, diagnosticado com câncer terminal, entregou sua vida ao Senhor e disse: ‘Se quiser me curar, amém. Se quiser me levar, amém também’. Deram-lhe três meses de vida. Está vivo há quase dois anos. Uma grande vitória”.
Espiritualidade e tratamento caminham juntos
De acordo com o estudo, a fé também favorece a adesão ao tratamento em casos de doenças crônicas, além de auxiliar no alívio da dor e dos sintomas emocionais. O suporte emocional, social e espiritual oferecido por comunidades de fé funciona como uma rede essencial para pacientes e familiares.
No Brasil, levantamentos semelhantes vêm confirmando os resultados. Uma pesquisa com pacientes em hemodiálise na Bahia mostrou que a espiritualidade teve papel importante na aceitação do tratamento e na redução de quadros depressivos — um dado relevante especialmente em contextos de saúde pública.
Mais do que apenas um alicerce moral, a fé ativa se apresenta como força terapêutica, esperança viva e remédio para o corpo, a alma e o espírito.