Milhares de brasileiros estão se preparando para tomar as ruas neste domingo (3) em uma ampla mobilização nacional com pautas que reacendem o debate político no país: o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além da anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Convocados por líderes da direita como o pastor Silas Malafaia e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), os atos ocorrerão em dezenas de cidades em todos os estados brasileiros. Em São Paulo, a Avenida Paulista será o palco da maior concentração esperada, reunindo políticos, apoiadores e líderes religiosos em defesa da liberdade de expressão, do devido processo legal e contra o que classificam como "abusos de autoridade por parte do Judiciário".
Apesar de impedido judicialmente de comparecer aos atos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é citado como figura central do movimento. Suas medidas cautelares, impostas por decisão de Moraes, proíbem que ele deixe sua residência nos fins de semana. Ainda assim, o ex-chefe do Executivo tem incentivado a mobilização por meio das redes sociais e de aliados próximos.
Silas Malafaia, um dos articuladores do protesto, declarou que a mobilização tem como objetivo “marcar posição contra a censura, a perseguição política e a supressão de garantias constitucionais”. A convocação sugere que os manifestantes adotem diferentes formatos: caminhadas, carreatas, motociatas ou atos públicos em praças, adaptando a manifestação à realidade de cada cidade.
A movimentação ganhou ainda mais força após os Estados Unidos aplicarem sanções contra o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite punições a autoridades envolvidas em corrupção e violações de direitos humanos. Essa medida inédita contra um ministro do STF foi usada por parlamentares de oposição como argumento para reforçar os pedidos de impeachment já protocolados no Congresso Nacional.
Entre os políticos que confirmaram presença nos atos deste domingo estão nomes como Michelle Bolsonaro (em Belém), Flávio Bolsonaro (no Rio de Janeiro), Gustavo Gayer (em Goiânia), Luciano Zucco (em Porto Alegre), Magno Malta (em Vitória), e Rogério Marinho (em Natal).
Também estão previstas manifestações em cidades do interior. Em Araçatuba (SP), o vereador João Pedro Pugina (PL) liderará o ato a partir das 10h, na Avenida Pompeu.
O Brasil entra em mais um momento decisivo de tensão política e social, onde as ruas voltam a ser o palco de resistência, protesto e manifestação de milhões que pedem respeito à Constituição, equilíbrio entre os poderes e liberdade.