A Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel) anunciou, em nota oficial, que os servidores da Celesc decidiram entrar em greve a partir desta segunda-feira (22). A decisão foi tomada durante assembleia geral realizada na última semana, após a constatação de que não houve avanços substanciais nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2025/2026.
Imagem: Google Maps
MOTIVOS DA GREVE
Segundo a Intercel, o principal motivo da paralisação é a postura da direção da Celesc nas tratativas do novo Acordo Coletivo. Desde o início das negociações, que começaram em 28 de agosto, a empresa tem adotado uma postura considerada pela categoria como "intransigente". A direção da Celesc não tem se mostrado disposta a garantir nem mesmo a reposição da inflação sobre os direitos trabalhistas dos servidores, o que tem causado perdas significativas para os trabalhadores. A Intercel destacou, ainda, que o comportamento da empresa tem prejudicado a categoria, comprometendo direitos históricos e agravando as condições de trabalho.
A falta de acordo sobre questões fundamentais, como reposição salarial e melhorias nas condições de trabalho, resultou na decisão unânime pela paralisação. A greve se dará em um momento de crescente insatisfação, uma vez que a categoria se vê sem respostas concretas sobre suas reivindicações.
IMPACTO DA GREVE E SERVIÇOS ESSENCIAIS
De acordo com a Intercel, durante o período de greve, os trabalhadores da Celesc se concentrarão nos portões das unidades da empresa espalhadas por todo o estado, como forma de pressionar a administração a avançar nas negociações. A categoria também esclareceu que, embora a greve envolva a paralisação de diversas atividades, os serviços de urgência e emergência não serão afetados, e serão mantidos conforme exigido por lei.
A Intercel enfatizou que a decisão pela greve foi tomada após várias tentativas frustradas de negociação e após a constatação de que a empresa não está demonstrando interesse em resolver as pendências que afetam diretamente os trabalhadores. A paralisação é uma forma de chamar a atenção para as condições de trabalho e a necessidade de uma postura mais comprometida por parte da direção da Celesc.
REAÇÃO DA CELSEC
Até o momento, a Celesc não se manifestou oficialmente sobre o anúncio da greve. Contudo, a expectativa é que a empresa busque uma forma de reverter a paralisação, possivelmente por meio de novas tentativas de negociação com a categoria.
A greve, que afeta diretamente a operação da Celesc, especialmente no que se refere ao atendimento ao consumidor, gera grande preocupação para os usuários dos serviços de energia elétrica, uma vez que as atividades podem sofrer interrupções, apesar da manutenção dos serviços essenciais.
CONTINUIDADE DAS NEGOCIAÇÕES
A Intercel, por sua vez, reforçou que a greve é uma medida extrema e que, se houver avanços nas negociações, a paralisação poderá ser suspensa. Contudo, a categoria deixou claro que não aceitará retrocessos e que continua exigindo soluções adequadas para as demandas dos trabalhadores.
A greve dos eletricitários de Santa Catarina é um reflexo de um contexto mais amplo de insatisfação com a gestão de empresas públicas e a pressão por melhores condições de trabalho. Enquanto a paralisação durar, a população ficará atenta às decisões tomadas pelas partes envolvidas e à possível retomada das negociações.
A expectativa agora é que o Executivo Estadual, as autoridades locais e a sociedade civil se envolvam de forma construtiva para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, ao mesmo tempo em que se preservam os serviços essenciais para a população.