Viviane Barci de Moraes, advogada e esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser o próximo nome incluído na lista de sanções dos Estados Unidos com base na Lei Global Magnitsky — instrumento que prevê congelamento de bens e restrições a transações financeiras para indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
A medida, que já atingiu o próprio ministro, teria impactos significativos nas finanças do casal. Isso porque Viviane é sócia e líder do Barci de Moraes Sociedade de Advogados, escritório sediado em São Paulo, e uma eventual sanção impediria a banca de manter contratos com pessoas, empresas ou instituições ligadas aos EUA.
Pressão internacional
Segundo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a inclusão de Viviane na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) estaria em análise. A iniciativa teria como objetivo ampliar a pressão sobre Moraes, atingindo também sua rede de relações profissionais.
O parlamentar afirma que a advogada seria o “braço financeiro” do ministro e citou, como exemplo, o uso de um relógio de alto valor por Moraes, que, segundo ele, teria origem nos rendimentos da esposa.
Formação e atuação
Formada em Direito pela Universidade Paulista (UNIP), Viviane administra o escritório juntamente com dois dos três filhos que tem com Alexandre de Moraes. A banca possui entre seus clientes o Banco Master, instituição que já esteve envolvida em controvérsia ao adotar uma política agressiva para captar recursos utilizando o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir dívidas.
O escritório também prestou serviços à família de Moraes durante a investigação sobre a agressão sofrida por Alexandre Barci, filho do ministro, em um aeroporto de Roma, em julho de 2023.
Casos no STF
No Supremo Tribunal Federal, onde o marido atua como ministro, Viviane Barci aparece vinculada a 31 processos públicos, representando empresas de diferentes setores, como Qualicorp e Hapvida.
Caso a sanção se concretize, o episódio poderá se tornar um novo ponto de tensão entre o governo brasileiro e autoridades norte-americanas, ampliando o alcance das medidas já impostas contra Alexandre de Moraes.