“Palhaçada gospel”? Pastor dispara contra memes de línguas estranhas e denuncia banalização do sagrado nas redes

 RIO DE JANEIRO — Em uma pregação que dividiu opiniões e inflamou as redes sociais, o pastor Eduardo Gonçalves, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), lançou uma dura crítica contra o que classificou como uma “fanfarrice gospel” — vídeos de humor que fazem piada com manifestações pentecostais, como o falar em línguas estranhas. Para ele, o fenômeno está corroendo silenciosamente os pilares espirituais das famílias cristãs.

Com tom de indignação e sem poupar palavras, Gonçalves detonou os fiéis que consomem e compartilham esse tipo de conteúdo nas redes sociais, chamando atenção para o que vê como uma grave crise espiritual. “O movimento pentecostal está sendo escarnecido, e nós estamos ajudando a viralizar isso. Mandamos no grupo, damos risada, batemos palma para os palhaços de púlpito. Depois queremos falar sério sobre batismo com o Espírito Santo?”, disparou o pastor, em um sermão que rapidamente se espalhou pela internet — ironicamente, por meio das mesmas redes sociais que ele critica.

Casado com a influente pastora Camila Barros, Gonçalves afirmou que o hábito de rir de piadas sobre dons espirituais está minando a fé das novas gerações. “Vai ser muito conflitante seu filho querer ser batizado no Espírito Santo para falar as mesmas línguas que os fanfarrões que você assiste o dia inteiro estão imitando”, afirmou, sugerindo que pais estão falhando em dar exemplo dentro de casa.

Imagem: Internet

Em um dos momentos mais incisivos do discurso, ele alfinetou diretamente os cristãos que se divertem com o conteúdo satírico. 

“A não ser que o Espírito Santo, as línguas estranhas, os dons de curar, também já tenham virado uma piada para você. Se isso virou ‘axé gospel’, então me diga: em que você ainda crê?”, provocou.

Para alguns, as declarações do pastor foram vistas como uma necessária defesa da reverência ao sagrado; para outros, um exagero moralista que ignora o papel do humor na cultura digital e a liberdade de expressão dentro da fé. A internet, como era de se esperar, reagiu com fogo cruzado: enquanto uns exaltaram a coragem de Gonçalves, outros acusaram-no de censurar a leveza e a criatividade de uma nova geração de cristãos.

“Quer preservar o fogo do Espírito? Então pare de alimentar o circo do escárnio”, resumiu ele ao final da mensagem, convocando os fiéis a retomarem a seriedade nas práticas espirituais. A fala viralizou — mas desta vez, sem piadas.

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